segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Ausente...

Ora boas caros amigos, é verdade tenho andado meio desaparecida, praticamente não tenho colocado nenhum poema novo, mas com a falta de inspiração e trabalho acumulado não tenho conseguido colocar algo novo e concreto.
Por isso peço-vos um pouco de paciência ate que consiga ter um tempinho e a inspiração correcta irei colocar aqui mais coisitas novas.
E sim recuso-me a escrever com o novo acordo ortografico, aprendi assim e assim continuarei a escrever, a nao ser que tenha que fazer teses de mestrado (não falta muito) e cartas oficiais.
Até lá saude para todos e mtas poupanças porque com esta crise há que ter cuidado com os gastos necessários.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Está na hora...

Percorro caminhos sinuosos
andando e saltitando por entre perigos
conhecidos bem demais
para ser detida por eles.
Armadilhas trapaças e enganos
perseguem cada passo que dou
a espera de uma oportunidade
de me engolirem e me apanharem.
Saltito entre elas
e rio-me das mesmas
tão fúteis e desnecessárias
que me tentam desencorajar
a seguir o que realmente quero atingir.
Parar-me não podem
minha mente esta decidida
tão decidida
que nem o mais profissional dos enganos
me consegue dissuadir a desistir
do que realmente almejo.
Lutei demais pelo que quero
está na hora de o agarrar definitivamente
sem demoras ou esperas
está na hora
de realizar o que pretendo
e esmagar quem me quiser deter.
Fartei-me de ser arrastada para trás
de seguir uma corrente sem sentido.
Está na hora de lutar
contra esta corrente
e seguir em frente agarrando o que quero
o que sempre desejei
e que ninguém mo pode tirar
nem fazer desistir.

Arrastada

Soltam-se as amarras
deste navio imaginario
esta na hora de zarpar
para o horizonte solitário.

Navega-se perdidamente
para o desconhecido em frente
pulando ondas e espuma
numa corrente de plumas.

Perscruto o horizonte,
procuro o que não se vê
sinto-o no céu cinzento
como quem uma mensagem lê.

Alcanço-o, mas deixo-o fugir
amarrá-lo a terra não posso
envolvê-lo sem o partir
tão pouco o consigo

Este desejo táo frágil
como um cristal de gelo
esfumaça-se de forma ágil
quando alguém tenta vê-lo

Navego neste barco
de leme partido
sem direcção ou sentido
passando por baixo do arco
formado por estilhaços
e fumos de pó de estrelas.

Deito-me no convés
e olho as estrelas
que calmas e serenas
me vigiam e protegem a seus pés

Para onde me leva a corrente?
Deixo-me levar olhando para a noite estrelada
e adormeço lentamente
enquanto no meu navio sou arrastada.

Deixo-me levar lentamente
para o meu pequeno local de refúgio
o meu mundo dos sonhos.

Memórias das Estações

Verdes campos, brancas flores
jardins do meu coração
que abraço mentalmente
na recordação da minha infância.

Voo para o campo
nas asas de um pássaro
no silvo que um grilo
na corrida de um coelho.

Quero abraçar
esta distante recordação
que me envolve na brisa da primavera
e no cheiro de flores silvestres.

O calor do Verão assola
e o cheiro a erva cortada desentope-me os pulmões
apurando os meus sentidos
e elevando-me o espírito.

Corro pelas colinas
douradas pela chegada do outono
com o meu corta-vento
protegendo-me do orvalho.

Rebolo na neve do vale
fustigado pelo inverno
que alegremente chega
recomeçando um novo ciclo.

Recordo sem fim estas lembranças
que me acalentam calorosamente
como uma caneca de chocolate quente
nas noites frias durante as aulas.

Olhando para as estrelas
deixo-me levar nestas recordações
esperando o nascer do sol
para o começo de um novo dia.

Realidade ou fantasia?

Convido-te para um mundo sem sentido nem razão
atravessando os mais profundos
recantos da tua mente.
Olha ouve e sente o que te realmente rodeia
avanças sem sentido
no teu próprio mundo
avanças sem cuidado e é o teu fim
vacilas e perdes-te na confusão dos teus medos.
Caminhas sobre espelhos quebrados
fragmentos do teu ser que se despedaçam
sobre os teus pés, tão frágeis e finos
como lâminas de uma espada negra.
que segredos tao obscuros escondes
ao ponto de te deteriorares
sem te aperceberes?
Preso no teu mundo fantasiando o que não existe
sendo engolido pelos teus receios
que te afastam da realidade.
O que te assusta realmente,
a realidade ou a fantasia?
Acordas para a realidade e acobardas-te
dos teus sonhos que outrora te sustentavam
Adormeces na fantasia e receias acordar
sem ver o que realmente desejas.
Conciliar ambos é impossivel,
a decisão de escolha atormenta-te
num receio sem fim sem saber o que é melhor.
Um concelho meu?
Vive a realidade que é melhor
fechando-te em ilusões que nunca se realizarão
é pior do que imaginas.
Mantém-te na realidade
pois assim sobrevives melhor.
No mundo da fantasia nunca aprenderás a viver
nem a saborear o que de melhor existe...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Prisioneira...

Olho para o relógio
conto as horas
os minutos e os segundos.
Presa entre quatro paredes
olho para o único
relógio da sala.
Espero por um momento
por uma porta que se abra
por entre estas paredes nuas,
um escape para o outro lado.
Sentada no meio da sala
em cima dos meus joelhos
permaneço quieta e silenciosa
a olhar para o relógio
contando o tempo que não passa
num clima estático e parado
que retarda os ponteiros.
Vagueiam os meus pensamentos
por um mundo que não existe
enquanto espero
por uma resposta
ou por um sinal que não chega.
Espero pacientemente
sentada no meu lugar
olhando para o mesmo ponto
que ameaça parar o relógio
e quebrar os ponteiros
para um tempo infinito.
Sentada no meu lugar aguardo
espero ver os ponteiros quebrarem-se
e esvoaçarem pela sala
pois ai saberei que estou livre
do tempo que me prende neste lugar.
Partiram-se...
os ponteiros partiram-se
e abre-se a porta que tanto esperei.
O tempo deixou de me subjugar.
Sou livre como um pássaro
dentro da minha mente.
Pisco os olhos...
os relógio continua a funcionar de forma melancólica
com os seus ponteiros lentos.
Uma mera ilusão
um desejo que ferve dentro de mim.
Volto a permanecer quieta e fecho os olhos
e escuto o som do relógio
e desta sala fria e nua.
Ouço passos por cima do som do relógio,
abro os olhos e ponho-me à escuta.
Agora sei que não estou a sonhar.
Abre-se uma porta secreta
e aparece um vulto que rebenta com o relógio
apenas com um olhar de revolta.
Fixo-o nos seus olhos,
agarro a mão que ele me estende
e saio daquela sala maldita.
O tempo deixou de me comandar,
agora estou livre desta prisão eterna
e voo para um lugar longínquo
onde o tempo não existe.
Voo para o meu lugar
seguindo este ser estranho
que recusa-se a me comandar,
um ser solitário que se aborreceu da solidão
e me veio buscar para companhia....

Vagueio...

Vagueio perdida nesta cidade
deambulo por entre ruas e becos
num percurso sem destino.
Não tenho mapas o destino que almejo
não é real
não pode ser apontado
numa simples folha de papel.
Vagueio sem pedir direcções
ando ao calhas
por estas ruas de calçada
mais gastas do que as solas
dos sapatos que uso,
mais velhas do que esta própria cidade.
Deambulo por elas
com destino incerto
perco-me ao tentar orientar-me
e confundo-me ao olhar
para um mapa que não existe.
Perdi o senso das coisas
não sinto emoções
ao caminhar por estas ruas fétidas.
O fétido cheiro desta cidade
tapou-me o olfacto
e destruiu o meu sentido de orientação.
Perdi-me a andar
em busca de respostas
para uma pergunta fútil.
Onde está o meu sentido de ser?
Perco-me e vagueio na escuridão
deambulo como um cadáver
um corpo sem alma
perdida no que não encontro
sem destino para o meu objectivo
sem emoções...